Parece uma brincadeira inofensiva, mas está trazendo grandes prejuízos para indivíduos, famílias e também para o país.
As casas de apostas, conhecidas como “bets”, se popularizaram muito no último ano, principalmente porque investiram pesado em propagandas na mídia, fizeram parcerias com influenciadores e patrocinaram grandes eventos.
Se você entende de futebol, está por dentro da campanha do seu time e também dos outros, corre grande risco de cair nesta armadilha.
Um palpite sobre o resultado da partida, quantas faltas irão acontecer etc, e você pode apostar e ganhar muito dinheiro.
Será?
Essa é a promessa, como se contar com a sorte fosse o suficiente.
Mas você já ouviu o ditado que diz: “a banca nunca perde”?
Pois é… Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que no primeiro semestre de 2024 cerca de 1,3 milhão de brasileiros ficaram inadimplentes devido à gastos em cartão de crédito em jogos de azar online.
De junho de 2023 a junho de 2024, os brasileiros já gastaram R$ 68 bilhões em jogos, valor que equivale a 0,62% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Isso demonstra que 22% da renda das famílias foi destinada às apostas no último ano, o que é assustador. É como rasgar dinheiro.
Os que mais estão sendo impactados por esses jogos de azar são jovens de baixa renda, que comprometem parte do orçamento da família e diminuem o consumo de bens essenciais.
Estão diminuindo inclusive os gastos com comida.
Outra pesquisa aponta que 35% dos brasileiros deixaram de cursar uma faculdade em 2024 por terem gasto o dinheiro com apostas online.
Mas não são somente as apostas as culpadas por esse endividamento coletivo.
Os jogos online, como o já famoso “Jogo do Tigrinho”, por exemplo, prometem ganhos fantásticos, e muitas pessoas se iludem que é possível enriquecer de forma fácil.
As plataformas de apostas e jogos online utilizam gatilhos mentais para manter o usuário engajado em um ciclo de apostas, gerando vício.
Os prejuízos financeiros, mentais, físicos e emocionais por conta da dificuldade de estabelecer limites nos jogos são imensos.
Um sintoma de que alguém está viciado é sempre acreditar que pode recuperar o que perdeu, ou ganhar mais ainda.
Além dos danos individuais, já se percebem danos sociais, que incluem a redução de gastos com necessidades básicas, como alimentação e vestimenta, complicando a vida de apostadores e suas famílias.
Depressão, ansiedade, perda do emprego, do casamento e até suicídios são alguns dos efeitos colaterais desses jogos.
Nos últimos cinco anos, 52 milhões de brasileiros apostaram em bets.
Estima-se que do total de apostadores, 86% fique endividado com o jogo em algum momento.
Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, em entrevista com apostadores, 45% deles admitem que apostar nas bets “já causaram prejuízos financeiros”, enquanto 37% afirmam ter usado “dinheiro destinado a outras coisas importantes para apostar online”.
As plataformas de aposta esportivas são projetadas para que o usuário acabe perdendo à longo prazo.
Para que eles lucrem, os apostadores tem que perder.
Além de agravar ainda mais o ciclo de pobreza e desigualdade, já que muitos estão utilizando recursos essenciais para apostar, os jogos também causam grande impacto no comércio, reduzindo a arrecadação do setor.
A partir do momento em que as pessoas deixam de comprar um tênis, um eletrodoméstico, móveis, roupas e até comida, por estarem com a renda comprometida, toda a economia do país sofre com essa redução.
Cerca de 23% dos apostadores já deixaram de comprar roupas, 19% deixaram de fazer supermercados, 14% pararam de comprar produtos de higiene e beleza, e 11%, de gastar com saúde e medicações devido às apostas.
Os dados são alarmantes e indicam que atitudes precisam ser tomadas para conter o avanço dessas casas de apostas e jogos no Brasil.
Infelizmente não podemos resolver o problema do macro, mas podemos nos atentar ao micro. Se você nunca jogou, continue com esta conduta e não caia na falsa ilusão de lucro fácil.
Se joga comece a criar consciência do quanto está perdendo com isso e pare. Se não consegue parar sozinho, procure ajuda médica, pois já pode estar viciado.
Lembre-se: ganhar dinheiro nunca é fácil. Se parece fácil, desconfie!
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