Se por um lado o número de encontros casuais aumentou, a disposição para namorar parece ter se tornado mais difícil. Essa é a opinião que surge em pesquisas, nas redes sociais e nas sessões de terapia país a fora.
As causas prováveis disso vão desde a multiplicação da oferta de pessoas disponíveis nos aplicativos de namoro, uma certa perda da habilidade do flerte e da capacidade de desenvolver laço após o período de pandemia e até uma maior conscientização sobre responsabilidade afetiva, o que estaria tornando as pessoas mais exigentes em suas escolhas.
Um adendo; se por um lado existe uma gama de insatisfeitos pela falta de companhia, há outra categoria mais nova que não parece se importar.
A faixa etária conhecida como geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) é conhecida por não dar prioridade para os relacionamentos sérios mais tradicionais, pelo menos não por enquanto. Mas voltemos a refletir sobre os que desejam encontrar um par.
Após uma certa sequência de insucessos, é comum ouvir, no campo dos relacionamentos heterossexuais, uma frase que há muito se repete: “Os homens são todos iguais”.
E a equivalente para o sexo masculino “as mulheres são todas iguais” já figura entre os comentários mais batidos também.
Essa frase diz respeito a suposta falta de interesse e disposição dos pretendentes em desenvolver algo duradouro.
Um ouvido atento poderia simplesmente concluir que ainda não se encontraram os que anseiam por namorar e casar, bastando apenas um pouco mais de paciência.
Eis que encontramos, no universo dos relacionamentos, uma primeira qualidade necessária; uma certa dose de paciência. Outra pedra no sapato não tão evidente para os amantes é o caráter impossível da frase e o seu conteúdo de pessimismo.
A afirmação de que todos os homens ou mulheres são iguais é um exagero e uma impossibilidade matemática, quer porque somos seres únicos, quer porque, reconhecendo a função figurada da frase, ainda que muitos candidatos(as) sejam parecidos entre si, há que se reconhecer que pessoas diferentes existem dentro da totalidade de opções.
Mas o pior da afirmação é o efeito que ela causa em cada um.
A psicologia já concluiu há muito tempo que nosso pensamento molda nossa experiência, ou seja, se acreditarmos na ideia de que todo mundo é igual, nossa próxima experiência com uma nova pessoa está fadada a confirmar essa opinião.
Pensamentos negativos reduzem nossas chances, nesses casos, o melhor mesmo é ser resiliente e procurar renovar a esperança sobre aquilo que se deseja encontrar.
Em tempos de laços difíceis e superficiais, é preciso se lembrar, vez ou outra, que talvez não haja nada de errado conosco, devemos apenas entrar no jogo com os ingredientes bem conhecidos e ainda úteis da paciência, resiliência e otimismo.
- Implantação da Nova Linha de Ônibus faz ligação Hauer/C. Raso
- Trincheiras no Xaxim: Uma Nova Era para o Trânsito na Região
- Estação-Tubo da Vila São Pedro volta a funcionar
- Dona Zenaide: Moradora da Vila São Pedro completa 100 anos de vida e memórias
- Rede de Proteção Animal vacina 80 pets no Tatuquara