Nas relações cotidianas e nas de poder econômico e político, a tentativa de utilizar
um fato (ou mesmo forjar um) para encobrir outro é recorrente
Cortina de fumaça. Talvez seja desnecessário explicar o que é. Praticamos, no dia a dia – inofensivamente, até.
Às vezes não acontece, de, nas nossas relações cotidianas (em casa, com amigos, no trabalho), a gente pôr em pauta um assunto que chama a atenção, para não lidarmos com outro que realmente interessa?
É possível que a resposta seja sim.
Há contextos em que a cortina de fumaça é grave, muito grave. São aqueles que dizem respeito às relações de poder. Pior ainda, quando são relações de poder social – na política, na economia.
Para desviar a atenção de algo que precisa ser discutido, averiguado, combatido, punido, lança-se mão de um boato, um factoide, uma encenação. T
odo mundo se volta para esse suposto fato novo e deixa para lá o anterior – que era o que realmente importava. Vamos dar exemplos, para que não fiquemos só na abstração.
O poder econômico, hoje exercido, em boa parte, pelo mercado financeiro, e em outra, pelas gigantes empresas de tecnologia (as big techs), é assíduo praticamente da cortina de fumaça.
O mercado financeiro utiliza a imprensa para falar de deficit da Previdência, da necessidade de constante corte de gastos do governo, alegando preocupação com a saúde das contas públicas.
Cortina de fumaça, porque o que sangra mesmo as contas públicas é justamente o dinheiro público que vai para o mercado financeiro.
Esse dinheiro é a fatia do orçamento federal destinada a “pagamento de juros da dívida pública”.
Essa fatia é de quase 50% do orçamento.
Em 2024, correspondeu a R$ 2 trilhões. O dobro dos encargos do país com Previdência Social.
Já as big techs têm alarmado “ameaça à liberdade de expressão”, diante de qualquer tentativa de regulamentar esse mercado e a atividade que elas exercem.
Cortina de fumaça, porque regulamentar esse mercado não tem nada que ver com repressão.
Pelo contrário. Tem a ver com garantir dignidade, voz em igualdade a todo mundo.
Tem a ver com coibir crimes virtuais, incluindo os relativos a racismo, xenofobia, discriminações em geral.
Por que é cortina de fumaça? Porque as big techs lucram bilhões com essa terra sem lei em que se transformaram as redes sociais digitais.
Na cena política, nacional e internacional, cortina de fumaça é o que não falta.
Quando um sujeito que exerceu ou exerce cargo de comando, e portanto de responsabilidades, está prestes a ser pego pelos desvios que cometeu ou comete, não raro ele ou seu grupo trata de providenciar um fato novo.
Disparar inverdades ou discurso de ódio, para mudar o foco da pauta, é algo recorrente.
Colocar-se em situação de perseguido, ou de fragilidade, é outra tentativa de cortina de fumaça. E por aí vai… O truque é antigo, manjado. Mas quando a gente menos se dá conta, caiu nele.
A cortina de fumaça pega fácil.
No entanto, é possível se prevenir.
Com olhar e ouvido atentos, e compreendendo o contexto, conseguimos identificar.
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