Antes de ir às urnas neste ano, tão importante como analisar os candidatos, é estar ciente das responsabilidades que cabem ao administrador municipal
Há nomes que já se apresentam como pré-candidatos a prefeito ou prefeita de Curitiba.
Não é o objetivo deste texto citá-los, tampouco fazer avaliações sobre as figuras que se preparam para disputar as eleições municipais deste ano.
O propósito é, agora, refletir sobre a importância da escolha do administrador municipal.
É bom ressaltar que as decisões do prefeito afetam bastante nosso cotidiano.
Afinal, é o chefe do Poder Executivo que lida com temas e o território mais próximos de onde a gente vive – ou seja de onde a gente, mora, trabalha, estuda, faz compras etc.
Afinal, cabe à Prefeitura – e, portanto, à liderança do prefeito – cuidar, entre outros serviços, da limpeza urbana. Da recolha do lixo que a gente produz. Da conservação da cidade – das ruas, avenidas, calçadas, praças.
Do transporte coletivo. Das unidades básicas de saúde, dos ambulatórios de especialidades médicas. Das creches e escolas para acolher nossas crianças. Da assistência social a moradores de rua e outras populações mais vulneráveis.
Por exemplo: se um logradouro estiver mal iluminado por inoperância da administração municipal, ou se o ônibus demora a passar, ou faz trajetos muito longos, tudo isso impacta no nosso dia a dia. Pode nos exigir acordar mais cedo ou forçar a que cheguemos mais tarde em casa.
Se falta vaga na creche, corremos o risco até de abrir mão de certas oportunidades de emprego por não termos com quem deixar filhos, sobrinhos, netos.
Se o posto de saúde tem horário de funcionamento restrito, podemos nos esquecer de fazer exames de rotina, de prevenção, por ser difícil encaixar na nossa rotina um tempo para ir ao médico.
Caso a praça ou a quadra de esportes do bairro esteja abandonada, perdemos opção de lazer.
Ou ao contrário: se estiver reformada, contar com bancos, parquinho para crianças, espaço para jogar bola, podemos planejar um passeio no dia de folga, encontrar amigos. Conhecer novas pessoas.
Até quem a gente visita ou quem nos visita, a atuação do prefeito impacta.
Uma cidade com tarifa de ônibus cara faz a gente pensar duas vezes antes de sair com a família toda para ir à casa de um parente que more longe, não é mesmo?
E é o prefeito quem bate o martelo sobre quanto vai custar a passagem do transporte coletivo municipal.
Ônibus caro ou demorado pode dificultar nossa ida a uma atividade cultural – como feira de artesanato, um show público, uma peça de teatro.
Bom, mas essas atividades só são possíveis de a gente incluir na nossa prática se por acaso a Prefeitura tiver políticas públicas que incentivem atrações culturais.
Ou seja, se o prefeito estabelecer a cultura como prioridade.
Claro que tudo isso não é da responsabilidade única do prefeito.
Não é ele quem governa sozinho o município. Vimos na edição passada do Caderno de Bairros que a Câmara de Vereadores tem seu papel, também. De fiscalizar, propor, reivindicar.
Mas, como o nome do cargo diz, o prefeito é o “chefe do Poder Executivo”. É o chefe, portanto, do poder que “executa”.
Para o seu trabalho, ele escolhe secretários e assessores: secretários ou secretárias de Educação, Saúde, Abastecimento; enfim, uma variedade de temas para os quais o prefeito ou prefeita designa alguém para cuidar de perto.
Todo esse time auxilia o prefeito na tomada de decisões; aponta os problemas, sinaliza possíveis caminhos, defende certas medidas, ou descarta outras.
Mas a palavra final é do prefeito; e mesmo a escolha desse time, ela reflete muito o que pensa, como age, como conduz, como o prefeito se propõe a cuidar da nossa casa – a nossa cidade.
O papel de cada cidadão, porém, não se restringe só à escolha entre os candidatos, nas eleições.
Depois que o prefeito foi eleito, sendo ou não a pessoa em quem o cidadão votou, esse cidadão tem o direito (e mesmo o dever) de acompanhar o trabalho do administrador municipal.
As prefeituras – inclusive a Prefeitura de Curitiba – são obrigadas a oferecer instrumentos de transparência (sites, portais) e de contato (ouvidorias, ou sistemas como o do telefone 156) para receber críticas, sugestões, denúncias acerca de serviços que estão sob responsabilidade, em última instância, ao prefeito.
Isso sem falar da Câmara Municipal – o cidadão pode e deve recorrer aos vereadores quando considerar que algo da Prefeitura precisa de ser melhorado, explicado, cobrado.
Vamos lá?