A extensão do conflito entre Rússia e Ucrânia ainda não temos como prever. Ameaça nuclear, de uma terceira guerra mundial, ou apenas mais um conflito localizado. Independente disso, clamamos pela paz.
Quem sofre as consequências das decisões dos políticos sempre é o povo. Pessoas comuns, que trabalham, estudam, tem filhos, e só querem a possibilidade de viver suas vidas e realizar seus sonhos, assim como qualquer um.
A comoção no âmbito mundial foi enorme, afinal, é triste saber que um país está sendo destruído, com milhares de mulheres e crianças fugindo, deixando tudo para trás, e homens de 18 a 60 anos sendo obrigados a reagir, revidando até a morte.
Por aqui, podemos fazer a nossa parte mandando vibrações positivas, fazendo preces e até enviando ajuda humanitária.
Sempre fui contra qualquer tipo de guerra. Acredito que os conflitos podem e devem ser resolvidos na base da conversa. Ingenuidade minha? Pode até ser, mas convenhamos que o mundo seria bem melhor se todos pensassem assim.
Amigos leitores, vocês já pararam para pensar no porquê esta guerra específica gera tanta comoção, enquanto outras que acontecem neste mesmo instante não geram?
Segundo a ONU, existem atualmente 30 regiões do mundo com a presença de conflitos armados. Os motivos são os mais variados, desde disputas de territórios, movimentos separatistas, até diferenças étnicas, religiosas e o controle de recursos naturais.
Procurei saber mais sobre alguns desses conflitos e as informações são chocantes.
Talvez a mais conhecida é a Guerra Civil Síria, que começou em 2011. Os dados são alarmantes, com cerca de 500 mil mortos e por volta de 6,7 milhões de refugiados deslocados internamente no país e mais de 6,6 milhões espalhados em países de todo o mundo.
A Guerra Civil Iemenita, que teve início em 2015, já deixou cerca de 377 mil pessoas mortas de forma direta e indireta (falta de água potável, fome e doenças) até o final do ano passado. Segundo a ONU, o Iêmen passa pela maior crise humanitária do mundo.

Neste momento, 82% da população necessita de ajuda urgente, 16 milhões de pessoas passarão fome este ano e 5 milhões arriscam-se a morrer de fome. Até o momento, mais de 10 mil crianças foram mortas ou estão mutiladas. Mais de 3 milhões de refugiados internos, ou seja, que deixaram suas casas e foram para outros lugares dentro do próprio país.
Na guerra do Tigré (Guerra Civil Etíope), que começou em novembro de 2020, estima-se que cem mil combatentes morreram e não se sabe o número de civis mortos, apesar de presumir-se ser muito alto.

Isso sem contar outros conflitos menores e também as consequências de outras guerras, algumas que já terminaram e outras ainda em andamento.
Podemos citar o Afeganistão, Iraque, Líbano, Guerra Russo-Georgiana, Líbia, Israel contra Palestina, que deixaram rastros de destruição, morte, doenças, fome, e muito sofrimento a esses povos.
Os países mais ricos do mundo, que possuem poderio militar, quando intervém acabam piorando a situação, ao invés de melhorar. Ganham mais dinheiro vendendo armas aos dois lados dos conflitos, jogando mais gasolina na fogueira.
Então, volto à mesma pergunta:
Por que a nossa empatia, nossa solidariedade, nossa comoção é seletiva?
Posso estar errada, mas a proximidade pode ser uma das explicações.
Os ucranianos são mais parecidos conosco, com os povos ocidentais. Digo isso em relação aos seus costumes, religião e cor, diferente, por exemplo, dos muçulmanos, ou dos povos africanos, ou até dos asiáticos.
Mesmo com tantas diferenças culturais, não deveríamos nos preocupar com as pessoas que vivem no Oriente Médio, na África e na Ásia também?
Crianças e pessoas inocentes que não tem culpa dos desentendimentos e irresponsabilidades dos seus líderes…
Então, fica aqui a pergunta: quais são os critérios que usamos para nos importar? Existe preconceito?
Ao mesmo tempo lembro-me da total falta de empatia de muitos brasileiros ao ver seu próprio povo, cerca de 650 mil pessoas morrerem de covid-19 e, mesmo assim, insistir em não querer usar máscara ou não tomar a vacina.
Desculpem, mas é inconcebível.
A conclusão a que cheguei foi que precisamos de mais humanidade e menos seletividade. E você, leitor? Qual o seu pensamento em relação à todas estas guerras?
Com quem deveríamos nos importar? Deixe sua opinião nos comentários, assim podemos refletir.
Um ótimo mês a todos.