O final do ano letivo chegou, férias escolares à vista. Mas, espere aí, quê ano letivo?
Com a pandemia decretada em março, o único fator comum na experiência de todos os estudantes brasileiros foi a de que suas escolas fecharam.
De resto, para cada um, a experiência de ensino variou bastante entre as modalidades e em alguns casos nenhuma aula existiu.
Mesmo nas situações onde família e escola foram capazes de manter a frequência e a carga horária com aulas online, é mais do que consenso entre os envolvidos que o desempenho e o aproveitamento nessa modalidade não é, nem de longe, o mesmo.
Em situações normais, pais e professores percebem em seus alunos que a experiência – tão necessária – de férias escolares implica um certo retraimento de habilidades recém adquiridas.
Por conta disso é muito comum que o retorno seja marcado por um período de retomada de conteúdos e aptidões.
Sobre a realidade atual, não há muito consenso sobre como deverão ser os esforços para que se possa fazer a necessária retomada de conteúdos de, talvez, um ano letivo inteiro.
Mas hoje concentro-me em pensar o período das férias e o que pode ser feito à partir dela. Fazendo uma distinção rápida entre conteúdos e habilidades, são essas últimas (concentração/atenção, memória…) que irão garantir a aquisição de conteúdos pedagógicos quaisquer.
Para tanto, uma sugestão que geralmente faço em períodos de férias prolongadas é que se possam tentar garantir que essas aptidões não fiquem sem estimulação por muito tempo. E em tempos de escolas fechadas e ensino à distância, essas necessidades ganham ainda mais força.
A vantagem de concentrar alguns esforços durante as férias para essas estimulações é óbvia para qualquer mãe ou pai que já tenham tentado “estudar” com os filhos nesse período, pois em geral eles se recusam.
A estimulação de habilidades não costuma enfrentar barreiras do pequenos pois ela pode surgir como uma brincadeira em família.
Há diversos aplicativos para celular que propõem jogos e desafios pedagógicos para os mais variados fins. Eles tem a vantagem de possuírem cara de “jogos” e portanto serem bem vistos pelas crianças, também contém sistema de pontuação, o que pode se tornar uma divertida competição familiar.
Perguntas desafio costumam cair no gosto dos pequenos quando envolvem temas de seu interesse. “Sobre o que era o último vídeo que você assistiu hoje? Conte sobre ele”; “E ontem, qual foi o primeiro ou último?”; “O que comemos ontem no almoço?”; “Sem olhar, qual é a cor da sua meia?”.
Em suma, colocando essas habilidades como um objetivo a ser alcançado, qualquer pai ou mãe poderá desenvolver atividades que permitam a adesão dos seus filhos e garantirão um cenário mais favorável (ou menos precário) para o ano que virá pela frente e que será também cheio de desafios.