Ninguém pode negar: a violência urbana é uma triste realidade, está presente em praticamente todas as cidades.
As catástrofes naturais podem causar danos gigantescos e não podemos esquecer dos imprevisíveis acidentes.
Essas são algumas mazelas do mundo e naturalmente a maior parte de nós sente medo disso.
Evolutivamente isso nos favoreceu: o medo promoveu proteção a espécie, mas em alguns casos ele pode representar uma reação “Inflamada” e nos fazer sofrer em desmedida.
A questão que lhes trago é que criar filhos também envolve uma transmissão dos medos que os pais carregam. Crianças pequenas “aprendem” a temer à nossa imagem e semelhança, herdam nosso estilo de sofrer.
Da mesma forma que caprichamos na seleção de ensinamentos, devemos também tomar o devido cuidado com nossos medos. É evidente que soe absurdo: deveriam então os pais omitirem ter medo a fim de não passarem essa impressão a seus filhos?
De uma certa forma, sim!
Tal como convém evitar brigar e usar palavrões diante deles, por exemplo, também não será interessante expor aqueles medos que, por ventura, sejam reconhecidamente extremados e prejudiciais.
É claro que fingir não é uma opção, mas tratar esses medos costuma ser uma escolha mais eficaz. O tema é evidentemente complexo.
Para muitos desses pais, a transmissão desse sofrimento é o resultado de suas melhores intenções: cansados do prejuízo que seus próprios temores causam, eles explicam tudo o que podem para os filhos, nos mínimos detalhes, sobre a violência possível do mundo.
Fazem isso como uma forma de proteção, um treinamento para as adversidades futuras a fim de que eles possam ter consciência dos perigos e que possam evitá-los.
Fazendo isso, acabam por dar às crianças pequenas um conteúdo que por vezes não estão em tempo de processar, sem falar na incrível capacidade de imaginação que elas têm disponível.
É evidente que se o medo dos pais for grande e traumático demais, os filhos tenderão a absorver isso de qualquer maneira.
Do lado dos filhos, as histórias se repetem nos consultórios; crianças sem históricos de vivências de violência ou catástrofes, com bom desenvolvimento físico e cognitivo, casas com boas condições de segurança, mas que sofrem com sintomas muito específicos; não conseguem dormir à noite, não conseguem ficar sozinhas, têm crises quando a mãe vai ao mercado e “demora para voltar”, têm medo das pessoas que não sejam familiares e uma série grande de um alarmismo que não costuma corresponder com a realidade delas.
Na maior parte das vezes, esses sintomas estão nas preocupações mais comuns dos pais.
Em suma – é dever dos pais criar um ambiente de segurança para os filhos e fazer as explicações necessárias de maneira adequada a cada fase.
Se somos assolados pelos horrores da realidade de uma vida adulta, devemos proteger elas de nossos próprios temores.
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