O que as decisões do G-20 têm a ver com nossa vida?

A reunião de líderes parece algo distante. Em boa medida é. Mas respinga, e por vezes interfere diretamente aqui no andar de baixo!

O Brasil se destacou no cenário global em novembro por sediar a cúpula do G-20, o grupo dos 20 países de maior economia do mundo.

A chamada Declaração dos Líderes, que é o documento que expressa as intenções dessas potências, traz alguns pontos interessantes e que merecem nossa atenção.

Merecem atenção porque reverberam nas nossas vidas, de todos.

A reunião de líderes parece algo distante – e em boa medida é. Mas respinga, e não raro age diretamente, aqui no andar de baixo onde estamos.

Com o tema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, a Cúpula do G-20 sediada pelo Brasil (a 19ª da história; o evento ocorreu no Rio de Janeiro, dias 18 e 19 de novembro) teve a adesão de pelo menos 82 países, 24 organizações financeiras, nove financiadores e 31 instituições de filantropia.

Não é pouca coisa.

Um dos avanços é o consenso para taxar os super-ricos no planeta, incluindo no Brasil.

Especialmente aqui no nosso país, a pessoa que tem sua renda fruto do seu trabalho (seja como empregado, seja como microempreendedor individual, seja como micro e pequeno empresário, seja como autônomo) tem quase 30% abocanhado só pelo Imposto de Renda, sem falar em outros tributos.

Mega fortunas, mega heranças, lucros e dividendos de acionistas, no entanto, pagam nada ou quase nada. Isso só faz aumentar as desigualdades socioeconômicas, que estão na raiz dos males hoje da humanidade.

Outro problema urgente está na falta de regulação do mercado das chamadas bigtechs, as poucas mas gigantescas plataformas de tecnologias e redes sociais definindo os rumos do mundo.

Os proprietários desses negócios e suas empresas são hoje os mais poderosos da Terra – mais que a indústria petrolífera, que historicamente foi a grande dominadora do planeta.

Nesse tema, a Declaração de Líderes do G-20 trata especificamente da inteligência artificial. Do jeito que está, sem regras, o uso da inteligência artificial se configura em uma ameaça ao entendimento que temos da vida.

Dados, informações, situações, discursos, vídeos são criados por inteligência artificial como se fossem verdadeiros, gerando cada vez mais confusão, desinformação e conflitos.

O G-20 propõe a criação de um grupo de trabalho para elaborar diretrizes, éticas, inclusive. Esses só são alguns pontos. Há outros mais.

Você pode conferir tudo em www.g20.org.