Enquanto os mais ricos são privilegiados pelo sistema de fiança, somente os mais pobres permanecem encarcerados.
Imagine que você está voltando para casa após um longo dia de trabalho, esperando relaxar e desfrutar da segurança do seu lar. No entanto, esse sentimento de paz é abruptamente interrompido quando você é abordado por um assaltante.
Então, em questão de minutos, sua sensação de segurança é substituída pelo medo e pela vulnerabilidade.
Agora, imagine a mistura de emoções que você sente ao descobrir que o agressor foi preso, apenas para ser liberado pouco tempo depois mediante o pagamento de uma fiança.
Enquanto você luta para se recuperar do trauma do crime, seu agressor está livre, sem sequer enfrentar as consequências de suas ações. Infelizmente, essa é a realidade para muitas vítimas ao redor do mundo.
Pagar fiança é justo?
O sistema de pagamento de fianças tem sido frequentemente criticado por criar uma discrepância gritante entre aqueles que têm recursos financeiros e aqueles que não têm.
Enquanto os mais privilegiados podem arcar com o valor exigido e recuperar sua liberdade, os menos afortunados são deixados para trás, aprisionados atrás das grades.
A ideia por trás do pagamento de fianças é garantir que os acusados retornem para comparecer ao julgamento.
No entanto, a prática tem se mostrado injusta, pois coloca um preço na liberdade, tornando-a um privilégio reservado para os que têm dinheiro. Isso levanta questões sobre igualdade perante a lei e acesso à justiça.
E como fica a vítima com este sistema de fiança?
![sistema de fiança](https://portalcaderno.com.br/wp-content/uploads/2024/04/sistem-de-fianca-humilhado.png)
Não podemos ignorar o impacto devastador que essa disparidade tem sobre as vítimas e suas famílias.
A sensação de impotência e injustiça é avassaladora quando percebemos que o dinheiro pode comprar a liberdade daqueles que nos causaram dor e sofrimento.
Isso não apenas mina a confiança no sistema judicial, mas também perpetua um ciclo de desigualdade e injustiça.
Casos de famosos que pagam fiança são exemplo de injustiça
Veja o caso do jogador de futebol Daniel Alves, que após ser condenado por estupro, com provas concretas, pagou uma fiança milionária para aguardar o julgamento em liberdade. O crime, neste caso, teve um preço.
Ou seja, a impunidade para pessoas ricas é quase certa quando a própria Lei permite o pagamento de fiança.
É hora de reavaliarmos esse sistema, e buscarmos alternativas que promovam a verdadeira justiça.
Aqui no Paraná temos um caso emblemático. O então deputado Carli Filho, dirigindo totalmente embriagado, em altíssima velocidade, (entre 161 km/h e 173 km/h), com a carteira de habilitação cassada, com 130 pontos e 30 multas, sendo 23 por excesso de velocidade, passou por cima de outro veículo matando duas pessoas, na madrugada do dia 7 de maio de 2009.
O processo foi arrastado por anos, com diversos recursos da defesa. Ele ficou somente 4 dias preso, e a sentença foi para o uso de tornozeleira eletrônica. Ou seja, Carli Filho continua podendo curtir sua vida e seu dinheiro, enquanto as duas vítimas não, e suas respectivas famílias sofrem até hoje com a sensação de impunidade.
Não podemos permitir que a justiça seja cega à disparidade de recursos financeiros.
Todos os indivíduos, independentemente de sua situação financeira, merecem igualdade perante a lei e as vítimas precisam ter a garantia de que aqueles que infringiram a lei sejam responsabilizados por suas ações.
E você? Qual a sua opinião sobre o pagamento de fiança? Deixe sua opinião nos comentários!
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