Como nascem ou de onde vêm alguns de nossos problemas psicológicos?
É uma grande pergunta sem resposta definitiva, mas já se sabe que muitos deles estão diretamente associados a vivências da infância, principalmente no contato com nossos pais.
Isso se dá porque as condutas de criação costumam transmitir sempre muito mais do que imaginamos.
Numa simples orientação cabem informações para além das palavras: o tom de voz, as expressões corporais, as emoções, as idealizações dos pais e por aí vai.
Existem muitas histórias sobre a educação de crianças que foram marcadas negativamente em suas trajetórias. Privações, autoritarismos, insensibilidades, distanciamentos afetivos, controle extremo e tantas outras.
É possível dizer que em grande medida elas não ocorriam por maldade, mas pela simples ignorância de um educar diferente. Foram famílias que fizeram o melhor que sabiam tentando acertar a mão nesse complexo desafio.
Hoje muitos desses filhos se tornaram pais e, com o acesso à informação na internet, podem enriquecer suas habilidades parentais e romper com maneiras disfuncionais.
A ciência do desenvolvimento já sabe que ações positivas sobre a educação doméstica são melhores do que ações punitivas.
Lembro-me de uma história sobre uma pessoa muitíssimo segura de si mesma: nos primeiros anos sua mãe sussurrava todas as noites em seu ouvido frases de afirmação: “você foi ótima nisso hoje”, “você estava muito bonita”, ou “gostei de ver que conseguiu arrumar suas coisas no quarto”.
Essas repetições não só garantiram que ela continuasse comportando-se conforme a mãe desejava como também ajudaram a construir uma sólida imagem própria para toda vida.
Hoje a educação com ações positivas (com uso de elogios, combinados, reconhecimento, incentivos e apoio emocional) ainda disputa espaço com um modelo mais tradicional.
Tomando de exemplo a limpeza de um sofá temos frases como: “Não quero ver ninguém sujando o sofá”; “Se eu encontrar um brinquedo nele vocês ficarão de castigo”; “Se você deixa o sofá assim é porque não gosta de mim”, “Estou cansada(o) de sempre falar a mesma coisa, vocês não aprendem nunca”.
Conduções como essa são comuns em muitos lares e funcionam bem para o objetivo.
Ocorre que para além disso essas repetições têm grande potencial de promover acumulações de medo, ansiedade, ressentimentos, sensação de insuficiência, baixa autoestima, culpa e tantas outras coisas “mentais” que antes eram invisíveis ou pouco importantes.
Esses “problemas” psicológicos comuns a todos nós surgiram e surgem no decurso da vida em cenas domésticas tão simples como a do exemplo.
Não evitaremos todo o sofrimento possível no mundo a partir da transformação da nossa maneira de lidar com questões do cotidiano, mas se pudermos alterar o curso e a intensidade de algumas delas, já estaremos dando um grande salto em nossa construção.
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