Diminui drasticamente o uso da inteligência artificial em meu dia a dia e a coloquei sob análise.
Meus acessos eram bastante frequentes com pesquisas pontuais, apesar de pouco significativas.
Sublinho que escrevo estas linhas no fim de maio de 2025, essa decisão pode mudar a qualquer momento, como forma de se ajustar aos novos ventos que podem surgir.
Minha relação com as inteligências é curta: já me deslumbrei com elas e acredito já ter feito os testes que precisava para descobrir as potencialidades até aqui, a ponto inclusive de sentir certo receio pelo que o futuro reserva.
Das coisas que não fiz com os “chatbots” estão pedir para escrever um texto ou realizar uma revisão corretiva deles.
Não pretendo fazer dessa diminuição do uso um compromisso inflexível. Claro que a fantasia de me tornar um grande opositor das máquinas inteligentes até me parece bastante excitante e me faz lembrar do policial detetive de Will Smith em “Eu, Robô (2004)”.
Mas na verdade não estou disposto a me indispor com forças infinitamente maiores e mais numerosas. Também não vejo mais a vida funcionando sem que isso esteja presente em nosso entorno 24 horas por dia.
Um exemplo é a recente evolução do “pai dos burros”: o dicionário de papel já foi substituído há muitos anos pela busca do Google, e mais recentemente também seus resultados de destaque são gerados por I.A. Escapar do uso se tornou bastante improvável.
Minha preocupação reside em analisar criticamente os meus usos com a ferramenta pelo impacto disso em minha evolução. Por ter trabalhado com desenvolvimento infantil no início de minha profissão, permaneço atento ao que vem sendo dito a respeito desse encontro da máquina e do ser humano.
Ao que tudo indica tornou-se possível desenvolver um sedentarismo mental quase nos mesmos moldes daquilo que já se conhece; um órgão que não é exercitado (em geral um músculo) sofre com perdas de função e desempenho ao longo do tempo.
Essas perdas já começaram a ser notadas, há estudos indicando uma tendência na diminuição da capacidade de análise crítica a partir da conveniência do rápido e fácil acesso de informações prontas.
O autor do estudo de 2025 (Michael Gerlich) sugere que um uso inteligente envolve saber “quando” e “como” não usar a IA.
Ora, ter uma ferramenta eficiente que me poupe todo o esforço parece tentador, mas é preciso relembrar das velhas lições de que o esforço pode sempre nos levar a diante.
Uma parte de mim reconhece que minhas preocupações com essas novidades tecnológicas possam ser nada mais nada menos que o medo do novo e do desconhecido.
A história nos mostra que houveram muitos profetas do fim do mundo com seus pessimismos exacerbados a cada salto tecnológico, da popularização do rádio, da tv a cores e mais recentemente da internet.
Espero desenvolver uma relação positiva e otimista com as novas descobertas, por enquanto sigo medindo-as de perto.
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