Quando a pandemia da COVID-19 começou, a maior preocupação era sobreviver ao vírus, mas agora, mais de dois anos depois, o desafio é lidar com as sequelas respiratórias deixadas pela doença, que afetam milhões de pessoas devido à redução da capacidade pulmonar, prejudicando atividades simples do dia a dia, como subir escadas, caminhadas curtas ou exercícios mais intensos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um em cada três pacientes com COVID-19 desenvolveram sintomas persistentes após a recuperação.
Isso acontece porque o vírus pode causar inflamações nos pulmões, afetando os alvéolos (pequenas estruturas responsáveis pela troca de oxigênio nos pulmões) e impossibilitando a troca de oxigênio e gás carbônico de forma eficaz, em casos graves, pode ocorrer fibrose pulmonar, que reduz a elasticidade dos pulmões e dificulta sua expansão, prejudicando a respiração.
Ter uma capacidade pulmonar normal é essencial, pois os pulmões oxigenam todo o corpo e a baixa capacidade respiratória pode afetar o coração, o cérebro e o desempenho físico e mental, comprometendo o funcionamento geral do organismo.
Pessoas com sequelas pulmonares também correm maior risco de complicações em novas infecções respiratórias.
Os principais sintomas que indicam a necessidade de atenção são falta de ar, baixo nível de oxigenação sanguínea (medido pelo oxímetro), coloração pálida ou acinzentada na pele, boca, ao redor dos olhos ou unhas, confusão mental, sonolência constante e batimentos cardíacos e respiração acelerados em repouso.
É importante avaliar esses sintomas ao longo do dia e, caso estejam presentes, realizar testes para avaliar a capacidade pulmonar, alguns deles são possíveis de fazer em casa, embora seja fundamental passar pela avaliação de um profissional da saúde.
Entre os testes caseiros, destacam-se o da contagem respiratória, que consiste em inspirar fundo e contar em voz alta ao expirar, sendo preocupante não chegar perto de 20 sem respirar novamente, e o teste do fôlego, que exige segurar o ar por cerca de 20 segundos; tempos muito menores podem indicar baixa tolerância respiratória.
Caso haja dificuldade, falta de ar, tontura ou mal-estar durante os testes, a capacidade pulmonar pode estar comprometida, mas é importante saber que os pulmões têm capacidade de se adaptar e podem melhorar com treinos específicos.
Para fortalecer os pulmões, recomenda-se a respiração diafragmática — inspirar lentamente pelo nariz com as mãos sobre o abdome e expirar pela boca, por cinco minutos, duas a três vezes ao dia; o exercício do canudo, que consiste em soprar bolhas em um copo com água usando um canudo pelo mesmo tempo e frequência, fortalecendo os músculos respiratórios e aumentando o controle da expiração; e caminhadas progressivas, iniciando com cinco minutos diários e aumentando gradativamente, sempre focando em respirações longas e controladas, já que a atividade aeróbica melhora a oxigenação e a resistência.
Deve-se procurar um médico imediatamente se a falta de ar surgir em repouso, houver dor no peito ou a saturação de oxigênio cair drasticamente, pois, como destaca Irma de Godoy, presidente da SBPT, “o oxigênio é a gasolina do nosso carro, e se estiver em níveis muito baixos, nenhum órgão do corpo funciona corretamente”.
Autores: Ana Cristina de Oliveira da Silva,
Emanuel da Silva Lima, Fabrício Feliciano Almeida,
Laura Silva Ugolini e Laryane Cristina Machado de Souza
Professor responsável:
Welington José Gomes Pereira
Faculdade Estácio Cristo Rei, Curitiba
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