Paixão e sofrimento andam juntos. Não é uma descoberta nova, mas em tempos onde estamos cercados de referenciais impossíveis de felicidade, é sempre bom relembrar que a vida prevê inevitavelmente algumas doses de sofrer.
Encontro provas que confirmam essa afirmação todos os dias em consultório, mas também nos filmes “parados”, que são meus preferidos.
O Filme que Captura a “Vida Normal”
Eles conseguem captar com fidelidade muitos aspectos da vida “normal” de todos nós. “Cha Cha Real Smooth: O próximo Passo” (2022- disponível na Apple TV) é um desses. Nele, acompanhamos (e sorrimos torcendo) o desenvolvimento de um sentimento amoroso e seu impedimento, tudo em menos de 2 horas.
Primeiro o clássico ingrediente da paixão: o protagonista Andrew é uma pessoa notadamente querida e de bom coração. Seu cuidado com o bem-estar alheio aparece em praticamente todas as suas ações, sendo essa sua característica mais fundamental.
Ele encontra Domino (Dakota Johnson), uma mulher atraente que enxerga ele dessa forma e o valoriza muito (ele cuida e protege a filha autista dela).
Pronto: não é a beleza, o sexo, a conversa ou o dinheiro que contam aqui, o protagonista encontrou uma pessoa que o enxerga (e gosta) da mesma maneira que ele mesmo se gosta. Assim, ele se apaixona por ele mesmo, ainda que pareça que está louco por ela. Aliás, a grosso modo, é sempre assim no amor.
A Dureza do Luto pelas Oportunidades Perdidas
Pulo para o fim (com spoiler): o filme, que por acaso parecia prestes a glamourizar uma relação nascida de uma traição, faz uma virada muito madura ao colocar as cartas na mesa.
A mulher ajuda o jovem a perceber que embora o envolvimento deles fosse muito bom para ambos, o que eles tinham era só possibilidade. Ou seja, apaixonaram-se pela promessa de um futuro mágico, mas que evidentemente ia contra todas as chances.
A partir disso, surge a dureza do luto pela perda repentina de uma grande oportunidade.
É um fenômeno que tem mecanismos parecidos com o luto clássico por morte e, apesar de ser muito comum, é pouco falado. É como o luto da birra, e que não passa depois de adulto. Não é fingimento ou falta de surra. Sofremos de forma real por (ter de) renunciar vontades ou oportunidades que surgem do nada e que, por alguma razão, nos fazem muito sentido.
Alguém poderá dizer que não perdemos o que nunca tivemos, mas isso não impede que nossa imaginação crie o cenário perfeito a partir daquele parceiro amoroso ou daquele cargo que ficou no quase…
E você, já sofreu muito por ter perdido uma oportunidade?
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