O mundo ficou em alerta no último mês com a epidemia de uma nova doença causada pelo vírus Coronavírus, cujo foco inicial se deu na cidade de Wuhan, na China.
Em pouco tempo, várias pessoas ficaram doentes, muitas vieram a óbito e a doença ainda não foi contida.
Sabe-se que tem transmissão de humano para humano pelo ar.
Com isso, voltam a ser recomendados cuidados que já foram utilizados antes para doenças como a Influenza H1N1.
A principal delas é a lavagem frequente das mãos, que deveria ser um hábito sagrado para todas as pessoas, tendo em vista que as mãos carregam grande quantidade de microorganismos.
Em nosso dia a dia, tocamos em diversas superfícies e objetos, como maçanetas das portas, suportes dos ônibus, dinheiro, corrimão, entre outros, além do próprio aperto de mãos.
Então acabamos ‘trocando’ germes que podem fazer muito mal à nossa saúde.
Sendo assim, se todas as pessoas lavassem as mãos com frequência, diversos ciclos de doenças seriam quebrados, o que acarretaria no salvamento de milhares de vidas.
Devemos lavar as mãos com água e sabão sempre que formos manusear os alimentos e se alimentar, após usar o banheiro, chegar da rua, tossir ou espirrar, assoar o nariz, retirar o lixo, brincar com animais e principalmente antes de depois de visitar pessoas hospitalizadas e cuidar de ferimentos.
Caso não tenha um local apropriado para a lavagem das mãos, o uso do álcool gel faz a mesma função, portanto, procure carregar um vidrinho com álcool gel no carro ou na bolsa quando estiver fora de casa.
Doenças como diarreia, viroses, gripe, hepatite A, Rotavírus, sarna, varicela, conjuntivite, candidíase, entre tantas outras enfermidades, principalmente as de transmissão via respiratória são evitadas quando se higieniza as mãos corretamente, e o novo Coronavírus está entre elas.
Não é necessário entrar em pânico, mas a prevenção é sempre uma medida bem vinda, principalmente quando funciona para vários tipos de contaminações.
Se você ainda não está convencido, segundo especialistas da área da saúde, cerca de 80% de todas as doenças infecciosas são transmitidas através das mãos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, pessoas que lavam as mãos corretamente diminuem em até 40% a incidência de infecções.
Por isso, é extremamente necessário que a população entenda a importância que este ato de higiene tem em suas vidas e através desta consciência façam a coisa certa para se proteger e proteger todos que estão à sua volta, inclusive seus familiares.
UM POUCO DE HISTÓRIA:
Os Hospitais em uma época sombria
Em meados dos anos 1800 os hospitais da Europa eram os últimos locais que uma pessoa gostaria de estar.
O cheiro de urina, vômito, fezes, sangue e carniça, os insetos, moscas, piolhos, baratas, vermes etc, eram considerados situações normais nestes ambientes, que até eram chamados de “Casas da Morte”.
Nesta época, em que as pessoas não sabiam da existência de bactérias, vírus e demais germes, as taxas de mortalidade dos pacientes tratados nos hospitais eram de três a cinco vezes mais altas do que os que eram tratados em casa.
Dentro deste contexto, um médico chamado Semmelweis, que trabalhava no Hospital Geral de Viena, na Áustria, por volta de 1840, percebeu algo um tanto intrigante.
Havia duas salas idênticas de obstetrícia, mas os índices de mortalidade das pacientes era bem diferente uma da outra.
Na sala onde as mulheres eram atendidas por estudantes de medicina do sexo masculino, morriam três vezes mais mulheres com febre puerperal do que na outra sala, que estava sob os cuidados de parteiras.
A partir daí, Semmelweis começou a investigar o porquê desta discrepância.
Um dia, um colega de trabalho, também médico, cortou-se acidentalmente enquanto fazia uma necropsia (procedimento realizado em cadáveres para saber a causa da morte) e acabou ficando doente.
Os sintomas eram os mesmos das pacientes com febre puerperal. Então Semmelweis percebeu que os médicos muitas vezes saiam das salas de autópsias e iam diretamente tratar das mulheres grávidas nas salas de parto, enquanto que as parteiras não faziam necropsia.
Neste momento ele imaginou que havia alguma coisa que os médicos acabavam levando dos cadáveres para as pacientes vivas.
Nesta época, os médicos não usavam luvas, aventais, máscaras e outros equipamentos de proteção, pois não sabiam da existência dos microorganismos invisíveis.
Além disso, quase nunca lavavam as mãos.
Para comprovar sua teoria, Semmelweis então resolveu instalar uma bacia cheia de água com cal e cloro (uma solução antisséptica) no hospital e pediu para que todos os médicos lavassem as mãos ali, quando viessem da sala de necropsia para a sala de parto.
Antes desta experiência, de cada 100 mulheres atendidas na sala de parto dos estudantes de medicina, aproximadamente 18 morriam.
Depois de um mês que começaram a lavar as mãos com a solução, somente duas morriam.
Mesmo assim, sua teoria era contestada e ele não chegou a ver suas medidas sendo implantadas em todos os hospitais.
Muitos achavam que ele estava ficando louco, duvidavam dele, que acabou tendo uma depressão severa a partir de 1861. Seu fim foi trágico.
Aos 47 anos de idade acabou sendo internado por um colega de profissão em um asilo para doentes mentais em Viena, onde foi colocado em uma camisa de força e espancado, ficando em uma cela escura, tendo falecido duas semanas depois com uma infecção causada em um ferimento em sua mão.
Mesmo assim, Semmelweis ajudou a salvar milhões de vidas posteriormente, simplesmente pondo em prática o hábito de lavagem das mãos.
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