Nossos pensamentos são grandes responsáveis por nossas mazelas.
Essa afirmação é bem conhecida há tempos, sobretudo para indivíduos excessivamente ansiosos.
Mas o que fazer contra isso?
Para essa categoria de sofrimento, o primeiro, e talvez melhor remédio a ser considerado é o treino de flagrante, isto é, o constante testemunhar de nosso funcionamento psicológico diário.
Desse esforço para conhecer esse fenômeno mental destaco minha maneira de enxergá-lo; um palco de imaginação criativa. Esse sistema tem função valiosa, nos protege e prepara para as situações, sejam elas boas ou ruins, evitáveis ou não.
A ansiedade é o nome dessa emoção normal, uma energia fundamental de preparação e controle daquilo que nos cerca. Se vou a uma festa, preciso me organizar mentalmente: cortarei o cabelo, comprarei presente, adiantarei tarefas e farei uma refeição leve.
Por outro lado, se me pego antecipando o evento com grande fluxo de cenas (por vezes improváveis) acabo consumindo meu tempo interior de maneira improdutiva e com certa dose de sofrimento.
Nesse ponto é desejável poder usufruir da “instalação” em nós mesmos de um escâner, a fim de nos permitir fazer a leitura em tempo real dessas cenas que nos inundam. Em outras palavras, escanear esses pensamentos significa tornar consciente o que costuma ser automático, sem aparente critério e sem nossa permissão.
Além de certo treino de percepção, também nos é exigido algumas francas constatações; a de que a alta ansiedade está intimamente ligada com o tempo e que viver no passado ou futuro na expectativa de controlá-los nos afasta do presente – única lacuna temporal onde a vida é saudavelmente praticada.
É preciso notar que podemos estar utilizando o tempo do agora para estar mentalmente em outro lugar, e que ele está sempre faltando.
Desse panorama extraímos a cruel realidade de vivermos com o passado dando a mão pro futuro sem parar no presente, o tempo e o lugar em constante desencontro. Mas não foi sempre assim. É notável a evolução da experiência de vida no mundo contemporâneo em relação ao passado de nosso funcionamento mental.
Nosso “chip” é provavelmente o mesmo de 300 mil anos atrás, tempo em que o tempo não corria mais que o relógio, e que muito provavelmente não fazíamos perto da metade das inúmeras atividades que atualmente almejamos ter sob controle.
Inclusive, controle é outra palavra-chave para o excesso de ansiedade. Se não pudermos reconhecer que o tempo das coisas nos instiga a ter tudo ao redor sob controle, nossa velha mente sofrerá com a expectativa de conseguir fazer sempre muito além de seu limite natural.
Em suma, vigiar nosso funcionamento interior precisará ser acompanhado de sincero autoconhecimento, essa é a combinação da melhor e necessária arma contra nós mesmos.
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