Mães e Pais de crianças pequenas estão em todos os lugares. Basta olhar por alguns instantes para perceber quão variados são os estilos de educação que elas recebem.
Em se tratando de criação de filhos é importante frisar que não existe uma única forma correta ou ideal de educar.
Apesar disso, é fácil encontrar modelos ruins com certa facilidade. Um deles é o manejo baseado em “ameaças”.
Frases como “olha a polícia” e “se você não parar com isso não vou te levar para passear” são bastante comuns e fazem parte do repertório de muitos adultos na hora de frear um comportamento inadequado de uma criança.
O problema é a tendência das ameaças se tornarem a base da relação familiar.
Isso pode ocorrer porque, via de regra, a ameaça não costuma funcionar a longo prazo.
A criança percebe que essa investida é uma força de expressão, um recurso utilizado quando a paciência do adulto se esgotou.
Elas se dão conta de que os pais não querem verdadeiramente castigá-las.
Outra característica bastante presente nesse modelo é que ele costuma endurecer-se. As coações se tornam mais severas na medida em que antigas não causam mais o efeito desejado.
Não é incomum ouvir promessas mais duras como “vou jogar seus brinquedos no lixo” ou “vou te abandonar”.
Advertências dessa natureza, apesar de bem intencionadas, rapidamente se multiplicam e assumem formas variadas de intimidações, coações e constrangimentos.
Resultam em relações construídas com base em violência psicológica ao produzir permanente ansiedade diante da enxurrada de atemorizações constantes, favorecendo estados de medos múltiplos.
Isso sem contar o clima de “pé de guerra”.
Em justa medida, as advertências podem ser aliadas na educação, levando-se em conta sua aplicação bem temperada e aliando-a com o hábito do diálogo constante. Ela pode ser benéfica principalmente se for concretizada.
“Vou desligar o desenho” pode ter uma grande utilidade se os pais verdadeiramente o desligarem mediante o não cumprimento do que for pedido, principalmente se for uma requisição que esteja ao alcance da criança.
Substituir esse modelo não é tarefa fácil, principalmente se a família já a utiliza de forma exagerada ou se a criança apresenta histórico de dificuldades comportamentais significativas.
Não há dúvidas que um “bom modelo” é aquele que envolve o aparato humano mais sofisticado, a comunicação.
Ela não possui efeitos mágicos e imediatos mas construí-la desde cedo pode ser a chave do sucesso.