Os meses de agosto e setembro foram marcados por lamentáveis incêndios em áreas verdes na região.
Sobre o bairro Campo de Santana, uma grande nuvem de fumaça permaneceu por dias, causando problemas respiratórios na população, que não sabia bem o que fazer para se proteger e não respirar o ar tóxico.
Os mais afetados foram crianças que já possuem condições respiratórias como asma e bronquite.
Os primeiros episódios de incêndio aconteceram em 15 de agosto, em um grande terreno localizado nas Moradias Santana.
As chamas avançaram perigosamente embaixo das Linhas de Energia e chegaram no muro do Condomínio João Goulart.
Segundo moradores, uma pessoa foi vista ateando fogo em um sofá no meio da mata.
Os bombeiros foram acionados e conseguiram apagar o fogo.
Perto dali, no dia 10 de setembro, na área do bosque, vários focos de incêndio embaixo de alguns pinheiros foram apagados também pelos bombeiros.
Nitidamente, pelas características, esses focos foram criminosos.
Já na Vila Lambari, também no bairro Campo de Santana, uma grande área de mata foi incendiada por três vezes.
A primeira, no dia 04 de setembro, amedrontando os moradores dos arredores. O fogo alcançou as cercas e chegou à quase 200 metros das casas, mas os bombeiros conseguiram, após horas de trabalho, apagar as chamas.
No dia 07 de setembro as cenas de terror retornaram, com um novo incêndio que começou na parte de baixo da área, próximo à algumas casas, e foi subindo até a parte alta do terreno, queimando tudo o que encontrava pela frente.
Novamente as chamas precisaram ser contidas pelos bombeiros.
No dia seguinte, em 08 de setembro, a área ardia novamente, com labaredas enormes e, dessa vez, quase alcançaram as residências que existem no lote e alguns barracões de empresas.
A Festa que acontecia na Comunidade Santo Agostinho precisou ser interrompida, pois a fumaça e o fogo estavam se alastrando rapidamente. O mato seco, o vento e o calor só ajudaram a propagar as chamas.
Vizinhos e moradores do terreno se arriscaram respirando fumaça e fuligem para tentar apagar o fogo usando baldes, mangueiras e batendo galhos nas chamas, mas o incêndio só foi contido definitivamente com o árduo trabalho dos bombeiros.
Neste momento, todos já tinham certeza de que os focos de incêndio foram propositais, mas, até então, não se imaginava o porquê.
No dia seguinte recebemos uma denúncia de que o objetivo dessas queimadas na área da Vila Lambari era para “limpar” o terreno para facilitar uma invasão de terras.
A informação veio com vários detalhes, de que um grupo da CIC estava planejando esta ocupação.
Com essa informação, os moradores estão assustados e clamam para que o Estado tome providências para reforçar o policiamento no local e não permitir que mais uma favela se crie na região sul da cidade.
Os próprios moradores já estão tomando algumas medidas para tentar conter essa possível invasão, mesmo porque, a área não está abandonada, sendo algumas partes pertencentes a pessoas físicas, algumas que moram no local, e outras partes de empresas.
O terreno em questão fica ao redor da Comunidade Santo Agostinho.
As chuvas dos últimos dias colaboraram para o fim dos incêndios, mas a tensão por parte dos moradores da Vila Lambari e do bairro Campo de Santana continua.
Lembrando que gerar um incêndio que coloque em risco a vida ou os bens de outra pessoa é crime, sujeito a pena de 3 a 6 anos de reclusão e multa, segundo o artigo 250 do Código Penal.
Além disso, o Art. 41 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – Lei dos Crimes Ambientais, diz que a pena por provocar incêndio em mata ou floresta é de reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
No caso de ver alguém colocando fogo na mata, denuncie no 190 a ação criminosa e ligue para o Corpo de Bombeiros imediatamente no 193.
Se conseguir filmar a ação, fica mais fácil reconhecer o criminoso.
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