Aos poucos, as atividades vão sendo retomadas. Só não podemos deixar o desleixo tomar conta, para não colocar tudo a perder
Quando esta edição do Caderno do Bairro estava sendo finalizada, Curitiba alcançava a marca de 70% da população vacinada com as duas doses (ou a dose única) contra a covid-19.
O avanço da imunização traz alívio para a nossa saúde psicológica e física. Serve de alento para as atividades econômicas. Permite vislumbrar um horizonte mais promissor. Este final de ano, portanto, é propício à renovação das esperanças. Aos poucos, podemos retomar algumas opções de estudo, lazer, cultura, esporte, entretenimento, compras… P
ara que tudo isso não seja interrompido, nem transformado em frustração, é preciso que continuemos a seguir algumas orientações dos cientistas, especialistas e lideranças sérias.
Por exemplo: a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) tem reforçado a importância de que o uso da máscara seja mantido, bem como o distanciamento físico. Ou seja, é possível ir passear no parque, sair para comprar presentes de Natal, participar de algum evento, desde que não haja aglomerações e desde que a máscara cubra nariz e boca o tempo todo.
Vale para todos os lugares – abertos e fechados: ruas, terminais, ônibus, shoppings, restaurantes, escolas… Todos os lugares.
Com essas precauções tomadas e com a vacinação sendo ampliada para a dose de reforço, podemos evitar que aconteça aqui um novo surto, como está ocorrendo na Europa.
Lá, a população tem resistido a se vacinar. Felizmente, no Brasil estamos muito mais desenvolvidos neste aspecto. A absoluta maioria do povo tem consciência da importância de se imunizar, fruto de décadas de trabalho realizado pelo SUS.
No entanto, estamos falhando feio na manutenção das medidas de prevenção. Estádios de futebol lotados, com quase todo mundo sem máscara; ônibus, escolas, estabelecimentos sem limitações de capacidade e controle das regras são algumas das situações inaceitáveis, pois a pandemia ainda não acabou e segue matando no Brasil de 300 a 400 pessoas por dia!
Os cientistas da Fiocruz e da Organização Mundial de Saúde advertem que a vacina não impede a transmissão e o contágio. Ela impede que se fique doente, gravemente. Para impedir a transmissão e o contágio, e assim acabar com a circulação do vírus, é fundamental a máscara e o distanciamento físico.
Por que é tão difícil algumas autoridades, empresas e pessoas entenderem isso?
Afinal, é uma prudência necessária para superarmos um problema de saúde e para não deixarmos que a economia seja ainda mais sacrificada.
É verdade que a diminuição do desemprego, que a carestia, que a queda no poder aquisitivo das famílias não vão ocorrer apenas com o fim da pandemia.
Faz-se necessária uma política econômica voltada para o povo, e não para os especuladores do mercado financeiro e dos paraísos fiscais, como temos hoje no Brasil.
Devemos cobrar dos governantes e dos candidatos no ano novo que se aproxima políticas de recuperação do comércio, da indústria, da produção de alimentos, dos serviços. Uma política econômica para uma nação inteira, não para o mercado.

