Com esse friozinho, você também sente uma vontade danada de pegar aquela camisa xadrez de dentro do armário, uma calça jeans (de preferência furada e com remendos), calçar uma bota no pé, ornamentar uma trança nos cabelos ou um bigodinho pintado com lápis e sair gritando ‘olha a cobra! … É mentira!’?
Definitivamente o mês de junho convida a gente para uma bela de uma festa caipira! Pode ser na igreja, nas escolas, praças ou até no quintal da família, só não pode faltar os quitutes de festa junina e o famigerado quentão.
Sentiu saudade?
Pois é… pelo segundo ano seguido não poderemos reencontrar amigos, dançar em volta da fogueira, usar o chapéu de palha e aquecer o corpo comendo muito pinhão, milho-verde, pipoca e bebendo quentão.
E para os mais animados, tinha festas o mês inteiro, isso quando não frequentava as Julinas e até Agostinas…
A pandemia mudou nossa rotina, limou nossa cultura, travou nossas tradições. Tem tirado a graça, o lazer, a alegria, o calor humano. O carnaval acabou, o Natal foi o mais solitário, o Réveillon não teve a mesma luz, nem muita esperança… E as festas juninas, agora só tem lugar em nossas memórias e no coração.
São tantas as limitações que esta doença nos trouxe, que me sinto como um pássaro, acostumado a voar pelo mundo, mas que agora chora preso em uma gaiola.
Certamente não sou a única. Já são quase 1 ano de meio vivendo assim.
Quem são os culpados?
Bem, tire suas próprias conclusões.
Neste quadro terrível, ainda existe o sufoco dos pequenos empresários, comerciantes e lojistas. Neste ‘salve-se quem puder’, muitos já fecharam, se endividaram, lutam para pelo menos pagar as contas do mês.
Alguns mais afetados do que outros, jogados ao mar, sem bote e nem colete salva-vidas. Este é o caso de bares, casas de shows, e dos que exercem atividades não essenciais. Não há perdão para a conta de luz, água, aluguel ou para os impostos. A mensagem é: “Veja seu negócio afundar e conforme-se, pois não podemos fazer nada”.
Neste cenário caótico, somos reféns de um ser de tamanho tão insignificante, invisível aos olhos, mas enormemente presente nas casas, nos hospitais e nos corpos já sem vida, que amargamente lotam os cemitérios. Eles continuam vencendo a guerra.
Suas armas são nossas fraquezas, nossa incompetência, imprudência e desdém. Enquanto a briga política não se converte ao combate efetivo do vírus, nós que somos povo, continuamos com as mãos amarradas. Alguns também estão com os olhos vendados, uma verdadeira lástima.
Hoje me tornei uma pessoa invejosa… porque invejo os lugares onde a pandemia já passou.
Queria estar como eles, sem máscara no rosto, aos beijos e abraços, sem medo de ser feliz.
Queria assistir uma partida de futebol no estádio, queria pular que nem louca em um show de rock, fazer churrasco com os amigos, ir ao cinema ver o novo lançamento, abraçar pai, mãe, avós… estar com a agenda lotada de festas juninas pra ir.
Até quando?
- Até quando estaremos limitados, restritos, censurados, enclausurados?
- Até quando teremos comércios fechados, pessoas passando fome, desempregados mendigando ajuda?
- Até quando nossas crianças estarão privadas do convívio dos amigos, dos professores, sem praticar esportes?
- Até quando o medo fará parte do nosso dia a dia?
- Até quando só nos restará a saudade da alegria de outrora? Das festas juninas e demais comemorações?
A resposta é única: VACINA.
Até lá, tentamos manter a alegria de viver, nos apegando ao futuro, à esperança de ter novamente o que se foi. De voar livremente sem medo por aí, semeando amizades e vendo morrer somente a saudade.
E você, também sente falta das festas juninas?
Comente aqui em baixo do que mais você tem saudades.