Lembro-me como se fosse ontem do dia em que recebi em meus braços aquele bebezinho todo enrolado no hospital, tão leve, tão pequenininho. Seus olhos estavam abertos e ele estava quieto, tão calmo…
Lembro daquele misto de alegria e medo. Agora era comigo. Minha responsabilidade! Eu tinha que fazer o meu melhor e aprender a cuidar de alguém além de mim mesma.
Mal sabia eu que essa sensação se repetiria muitas e muitas vezes. A cada tombo. A cada febre. Cada vez que alguém me pedia para pegá-lo no colo.
Primeiro dia na escola? Ele chorando e chamando “mamãe”, eu tentando ser forte, mas me debulhando em lágrimas logo em seguida. Tantas sensações, tantas experiências.
A maior e mais completa escola que qualquer ser humano pode ter: um filho. A partir daquele dia na maternidade, aprendi a amar mais alguém do que a mim mesma, e foi inevitável pensar que meus pais também passaram por isso. Que eu também gerei sentimentos, medos, e um amor maior do que qualquer coisa já sentida.
Hoje estou passando por outro momento desses, pois agora ele já vai sozinho para a escola. Não é mais aquele bebezinho frágil, mas aos meus olhos sempre será.
Continuo confiando, tendo fé em Deus de que nada de ruim vai acontecer, mas o coração continua apertado até receber a mensagem de que chegou em segurança.
Fico pensando quando ele for fazer a sua primeira viagem sem mim, quando começar a trabalhar, sair à noite com os amigos. Vai doer de novo, vai doer sempre. E todos os dias quando ele voltar para casa, vou agradecer aliviada, pois meu bebê está em meus braços e eu posso protegê-lo. Isso é ser mãe.
Sempre que chega o Dia das Mães, vemos várias homenagens, frases bonitas, mas sempre na visão que os filhos têm de nós, raramente na visão que nós temos deles.
Por isso, resolvi, como mãe, fazer esse editorial trazendo um pouco mais sobre o que as mães sentem. Porque, afinal, também tenho minha mãe para agradecer infinitamente.
Aquela que esteve ao meu lado em todos os momentos felizes e tristes da minha vida. Aquela que me apoiou e me amou acima de qualquer coisa.
É preciso ser mãe para sentir na pele o que sua mãe sentiu, para entender por que a sua mãe disse não, por que ela te proibiu de ir na festinha, por que limitava seus horários e todo dia se preocupava se estava levando o casaco.
Agora entendo por que ela repetia tantas vezes os mesmos conselhos.
“Não entre muito fundo no mar. Não pegue carona com estranhos. Não venha embora sozinha a pé no escuro. Cuidado com a bebida. Não confie demais nas pessoas. Preste atenção para atravessar a rua. Se forem te assaltar, não reaja, entregue tudo. Não gaste todo o teu dinheiro com besteira. Cuide da sua alimentação…”
E poderia ficar aqui listando todo o manual da sobrevivência que nossas mães repetiram tantas vezes e que, por isso, sabemos de cór.
Também lembro quando eu respondia, sem paciência:
“tá, já entendi, você falou mil vezes…”
Obrigada por isso, mãe. Nem sempre segui todos os seus conselhos, mas com certeza eles me protegeram durante toda a minha vida.
Neste dia das mães, sendo mãe e sendo filha, sendo neta e sabendo que um dia é provável que seja avó, entendo melhor a importância de se estar junto enquanto ainda se pode.
Entendo o tamanho da força do amor.
Entendo a diferença que esse amor fez e ainda faz em toda minha vida.
Por isso, abrace forte, beije e se deixe beijar, escute os conselhos, compreenda as preocupações. Ajude-a nas tarefas domésticas e, se possível, apresente um boletim com notas azuis.
Sempre diga onde você está, ligue ou mande mensagem para avisar que está tudo bem. Retribua. Saiba valorizar o que Deus lhe deu: seu maior anjo da guarda.
Mesmo quando ela erra, mesmo quando ela exagera, mesmo quando ela briga. A gratidão e o respeito são os melhores presentes que se pode dar.
Lembre-se que as mães não vivem para sempre, mas seu amor é eterno. E onde quer que elas estiverem, sempre estarão com o mesmo sentimento de alegria e medo por você.
Honre-a, respeite-a, ame-a, e aproveite cada momento com ela. Você não vai se arrepender.
Nós, da equipe do Jornal Caderno do Bairro queremos agradecer as mães por toda essa dedicação e amor. Dizer que entendemos e desejar toda a felicidade do mundo para vocês.
Essa foi a nossa homenagem.
Obrigada pela força, pelos puxões de orelha, pelos vários ‘nãos’ e até por algumas chineladas. Obrigada pela comidinha gostosa, pelas roupas limpinhas, pelo dinheiro do lanche, pela ajuda na lição de casa, enfim, por cuidar de nós, seus filhos!
E você? Sua mãe também tinha uma lista de recomendações pra quando você ia sair de casa? Deixe seu relato nos comentários!
Juliana Hemili
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