É curioso que o conjunto do pacote natalino tenda a se repetir a cada ciclo; são pelo menos mil anos como uma comemoração cristã, mais de dois séculos com a presença de presépios e árvores, e cerca de 90 anos na companhia de um simpático e bom velhinho de barba branca e roupas vermelhas.
Em meio a isso, existe algo que se costuma chamar de magia do Natal, conhecido também como espírito natalino.
Sobre isso, certa vez ouvi de uma criança que alegou não estar sentindo nada do clima de Natal.
Embora estivesse envolta de luzes e enfeites, ela ainda não era madura para se dar conta de procurar dentro de si.
Nesse sentido, a repetição desse ciclo pode ser vista como um grande e insistente desafio para o qual nos é exigido um certo esforço, a fim de que o clima externo e coletivo seja o resultado de um clima individual de emoções positivas; quer sejam elas de união e amor entre as pessoas, ou de esperança.
Em uma das histórias natalinas mais famosas “Um conto de Natal” de Charles Dickens (1843), o personagem principal é Scrooge, um homem ruim, avarento por capricho e que faz questão de esnobar tudo que estiver relacionado a felicidade.
Na história, seus defeitos são retratados de forma exagerada e talvez por isso, fora necessário que três fantasmas lhe surgissem em três tempos de sua vida – passado, presente e futuro – para que fosse possível sensibilizá-lo a iniciar uma mudança interior e por consequência em seu modo de ser.
Se, por um lado, o conto e os contínuos ciclos natalinos nos lembrem da dificuldade para que se conquiste esse espírito, a busca por ele pode ser bem menos dramática:
Outro dia, num claro esforço para atingir os objetivos em harmonia com o clima que desejava sentir, ouvi alguém propor a si mesmo desafios diários até o dia de Natal.
Tratavam-se de pequenos gestos consigo e com os outros que guardavam alguma relação com emoções positivas; fazer algo bom, sorrir ou fazer um elogio.
O esforço sugerido aqui teria duas vantagens. A primeira é a aparição de certa sensação de esperança e otimismo. Ninguém consegue sentir-se verdadeiramente esperançoso sem permitir cultivar em si afirmações de bons conteúdos.
Segundo que existe um componente psicológico importante em jogo: quando estamos cientes de estar fazendo “a coisa certa”, temos nosso organismo cerebral inundado com uma certa quantia de prazer e bem-estar.
Por essa razão, não se deixe depender da propaganda, da árvore do shopping ou do pisca-pisca do vizinho para se lembrar de que o Natal deve ser buscado sobretudo de dentro.
Desejo que esse período lhe garanta oportunidade de desenvolver uma versão melhor de si mesmo e que isso contagie os outros ao redor.
Feliz Natal!
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