Um experimento científico feito por americanos na década de 50 desejava descobrir a preferência de jovens macacos ao lhes ser dada 2 opções de “mães”.
Elas eram de mentirinha e ficavam lado a lado.
Uma era feita de arame cru e não se parecia muito com um macaco.
A vantagem dessa era que havia nela uma mamadeira que fornecia leite.
A outra mãe era bastante peluda e macia, e possuía olhos, boca, nariz e orelhas.
Diferentemente da primeira, essa não fornecia leite.
A surpresa para os cientistas foi de que os filhotes escolhiam sempre a mãe de pelúcia.
Corriam mamar com a mãe de arame quando tinham fome e logo voltavam para se acomodar no colo da mamãe macia.
A conclusão desses testes levou os pesquisadores a afirmar que o afeto (carinho, amor, atenção) é tão ou mais essencial que os cuidados básicos.
O estudo foi importante na época pois ajudava a compreender a dinâmica de laços afetivos entre mãe e bebê ao verificar que o afeto era importante até no universo animal.
Hoje não é mais novidade que crianças precisem muito mais do que “casa, comida e roupa lavada”.
Mas considerando que as formas de educar mudam constantemente, é sempre tempo de perguntar: A quem estamos transferindo nossa tarefa de dar afeto?
Uma grande novidade que tomou conta da nossa realidade nos últimos anos foi o acesso à tecnologia e a conectividade com os celulares, presentes em quase todas as famílias.
Os benefícios dessa evolução são inúmeros e inegáveis, mas em razão dessa rapidez, devemos nos questionar sobre prováveis mal usos.
Destaco um: Tempo e função deles nas mãos dos filhos.
Por sua versatilidade, muitos podem notar, eles estão sendo utilizados para ocupar o tempo das crianças e às vezes substituindo a presença do adulto em seus cuidados afetivos.
Nesse ponto, admite-se em algumas situações serem uma mão na roda.
A preocupação deve surgir quando o uso do celular tomar o dia inteiro dos pequenos.
Em outras situações, os pais estão também concentrados demais olhando para suas telas e deixam de encarregar-se dos laços afetivos.
O trabalho, as tarefas domésticas e o cansaço, tudo o que nos consome, acaba por nos jogar cada vez mais diante da tela de nossos dispositivos e seus aplicativos.
E é justamente o tempo que vem passando tão rápido que não permite que possamos compreender quais são os efeitos da exposição excessiva a esses aparelhos.
O afeto do qual se “descobriu” ser importante a mais de 70 anos não pode ser adquirido sem a presença real e continua, sendo fundamental para o bom desenvolvimento das crianças.
O grande desafio parece ser encontrar o equilíbrio no uso, equilíbrio entre ausência e presença.
Uma “descoberta” atual: nunca estivemos tão conectados digitalmente e nunca tão distantes fisicamente.