Campanhas, leis e mutirões mobilizam o Estado para ampliar doações
Imagine uma família que, diante de uma perda irreparável, encontra consolo ao ver que sua decisão salva vidas. É justamente esse gesto, de doar órgãos e tecidos, que o estado busca incentivar com força total ao longo de setembro.
Setembro Vermelho é o mês do Paraná voltado para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Instituído em 2016, o marco legal do Paraná reforça campanhas educativas, mobilizações sociais e ações estruturadas para aumentar doadores e salvar vidas.
O que é o Setembro Vermelho e leis que amparam a causa
A lei estadual nº 18.803, de 2016, instituiu Setembro Vermelho no Paraná, dedicado a conscientizar sobre doação de órgãos e tecidos. A iniciativa prevê campanhas educativas e busca desenvolver na sociedade a compreensão de que doar é um ato de cidadania.
Antes disso, outras leis relevantes já vinham reforçando a causa: a lei 18.583/2015 definiu uma semana de conscientização anual em torno do Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, 27 de setembro. Já a lei 20.396/2020 ampliou a campanha de doação de medula óssea, alterando dispositivo anterior para incluir a divulgação das formas de cadastro para doadores.
Sistema AEDO – agilizando e garantindo juridicamente o ato de doar
Uma das principais iniciativas recentes é o Sistema AEDO (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos), estabelecido nacionalmente pelo CNJ (Provimento nº 164/2024). Por meio deste sistema, qualquer pessoa pode registrar sua vontade de doar órgãos, tecidos ou partes do corpo, com validade jurídica e segurança digital, por cartórios de notas.
No Paraná, a Assembleia Legislativa firmou termo de cooperação com o Colégio Notarial e outras instituições para divulgar o uso do AEDO.
Mutirão de Doação Eletrônica e agenda de setembro
No dia 1º de setembro, foi aberto o Mutirão de Doação Eletrônica de Órgãos no Salão Nobre da Assembleia Legislativa. A ação, em parceria com o CNB/PR e a Anoreg, permite que cidadãos façam o registro eletrônico para serem doadores pelo AEDO.
Durante o mês, o mutirão funcionará às segundas, terças e quartas-feiras, integrando as atividades que culminam no Dia Nacional de Doação, em 27 de setembro.
Panorama de dados: produção e necessidade
- Em 2024, o Paraná registrou 42,3 doadores por milhão de população (pmp), com 1.248 transplantes de córneas, 550 de rim (52 vivos, 498 falecidos), 304 de fígado, seis de pâncreas, 43 de coração e 410 de medula óssea.
- Até julho de 2025, já haviam sido feitos mais de 600 transplantes de córneas, 259 de rim, 167 de fígado e 20 de coração além de procedimentos combinados de pâncreas/rim e fígado/rim. A taxa de doadores nesse período era de 40,7 pmp.
- No total, o Estado tem 4.176 pessoas aguardando por transplantes.
Estrutura do sistema e dos hospitais envolvidos
O SET/PR (Sistema Estadual de Transplantes) conta com uma vasta rede: uma Central Estadual em Curitiba, quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) (em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel), cerca de 70 hospitais notificantes, 34 equipes de transplantes de órgãos, 72 equipes de tecidos, além de laboratórios especializados em histocompatibilidade, sorologia e bancos de tecidos.
Setembro Vermelho reafirma que doar órgãos e tecidos é mais do que um gesto de generosidade — é uma decisão com poder real de salvar vidas. As leis, os sistemas eletrônicos como o AEDO, os mutirões e a estrutura do SET/PR convergem para tornar esse ato mais acessível, transparente e reconhecido.
Num Estado líder nacional em doações, a mobilização de agora pode reduzir filas, oferecer esperança a quem espera e fortalecer uma cultura de empatia e cuidado coletivo.
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