Trata-se de uma tradição conquistada na virada dos anos 1940 para os anos 1950, devido à postura do diplomata Osvaldo Aranha. Hoje, país pauta o debate
Repercutiu em todo o mundo o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 19 de setembro último.
O episódio suscita algumas dúvidas e reflexões, importantes, por isso abordaremos aqui.
Uma delas: por que é o Brasil que abre a Assembleia Geral da ONU?
A outra: afinal de contas, o que esse ato tem de importante, e qual a relevância desse organismo internacional?
Vamos à primeira pergunta. Na verdade, não há nenhuma regra, nenhuma norma que determine que o Brasil deva abrir os trabalhos da Assembleia Geral da ONU. Mas se tornou tradição.
Isso porque, quando a ONU foi criada (1945), recém havia acabado a Segunda Guerra Mundial. Além de uma Europa e Japão destruídos, iniciava-se a Guerra Fria entre Estados Unidos e a então União Soviética. O Brasil era, entre os países proeminentes, aquele que garantia neutralidade.
Não foi, contudo, fruto apenas dessa circunstância. O Brasil contava à época com a atuação firme e soberana do diplomata Oswaldo Aranha. Ele presidiu a segunda Assembleia Geral da ONU, em 1947, com trabalho decisivo para que se selasse um acordo de partilha do território da Palestina, entre árabes e judeus.
Ou seja, na diplomacia internacional, o Brasil se alçava à posição de destaque.
Entretanto, o Brasil não era incluído no Conselho de Segurança da ONU, instância de maior poder das Nações Unidas. Assim, avaliam alguns pesquisadores, como uma espécie de compensação, ao Brasil foi dado o direito de ser protagonista na Assembleia Geral, ao abrir o evento e, dessa maneira, acabar pautando as discussões.
O Brasil abriu as assembleias de 1949, 1950 e 1951; depois, de 1955 em diante, até os dias de hoje (exceto em 1983 e 1984).
Como dito, ao abrir a Assembleia Geral, o Brasil acaba pautando o encontro e a opinião pública internacional.
Em seu discurso neste ano, Lula pediu combate às desigualdades, recursos e ações efetivas para enfrentar as emergências climáticas, denunciou a precarização dos direitos trabalhistas e pediu negociação para solução de conflitos.
Aliás, quando a ONU surge no pós guerra em 1945, nasce com esse propósito primordial: garantir que, reunidos em torno de um organismo internacional, o mundo promova a paz.
Para isso, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o já citado Conselho de Segurança e, ainda, braços como o de proteção à infância (Unesco), à saúde (OMS), ao patrimônio e cultura (Unesco), ao trabalho (OIT) e o combate à fome (FAO), além da própria Assembleia Geral, são alguns dos instrumentos.
Como se vê, em que pesem discordâncias entre os líderes, e ainda interesses econômicos, financeiros e bélicos que atentam contra a concepção da ONU e seus organismos, todos eles são de vital importância.
Ao Brasil, abrindo a Assembleia Geral, é dado protagonismo que deve ser apropriado pela nação e sempre bem aproveitado.
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