Voto na urna deve ser escolhido com cuidado, separando o joio do trigo, afinal, os que os mal intencionados querem é justamente que a gente ache que “é tudo igual”
“Político é tudo igual”. “Entrou para política, tem que entrar no esquema”. “Esses políticos não fazem nada além de roubar”.
Frases assim são comuns, inclusive proferidas por certos analistas tidos como formadores de opinião.
Mas, além de inverídicas, são afirmações perigosas. Porque desestimulam a consciência política e, sem esta, os maiores beneficiados são justamente os maus governantes.
Sim, é bem verdade que há muita gente com cargo eletivo que não honra o mandato. Que se utiliza do poder público para se enriquecer, ou favorecer sua família, seus amigos, seus compadres, ou grandes grupos econômicos. Ou situações ainda piores, como temos visto no noticiário.
A corrupção, entretanto, não é exclusividade da classe política. Está em todos os segmentos da sociedade. A política é apenas o reflexo dessa situação.
É um jogo perdido?
Não, é possível mudar essa história.
O primeiro passo é construirmos consciência política. É dizer: é começarmos a entender a política como algo fundamental para a vida em sociedade, para a civilização, para a democracia.
A partir do momento em que esse entendimento se fortalece, passamos a prestar mais atenção e a fazer melhores escolhas. Fazer melhores escolhas significa ter critérios dignos para definir a opção de voto entre tantos candidatos que se apresentam.
Trocar o voto por um tanque de gasolina cheio; dar o voto naquele que promete arrumar um emprego, conseguir uma vaga aqui e acolá, furar a fila da burocracia em detrimento do direito dos outros pode nos ajudar a resolver algum problema imediato.
Mas é uma solução ilusória. Porque essas práticas só fazem o sistema corrompido se perpetuar. Só fazem todo mundo achar que política não presta, que político é tudo igual.
Aí, todo mundo pensando assim, votamos sem consciência, em qualquer um, de preferência em troca de algum favor. Então, a maioria eleita é a que não joga em prol do povo.
Tem-se, assim, uma bola de neve, um círculo vicioso. Para os corruptos, os de má intenção, é uma beleza que não tenhamos consciência política. Que achemos tudo uma palhaçada, que é um pior que o outro. Porque eles se aproveitam desse nivelamento por baixo, surfam nessa onda.
E os que são sérios acabam sendo colocados no mesmo balaio, e tendo menos força para atuar, ampliar espaço, tomar lugar dos picaretas.
A falta de consciência faz ainda com que nos afastemos da vida política. Com que não tenhamos fígado para acompanhar o dia a dia. É o paraíso para os de má intenção.
Por isso, estes até fazem questão de ajudar a difundir essa máxima de que político não pressa, de que é tudo igual. Porque assim eles afastam o povo e ficam mais à vontade para satisfazer seus interesses e de seus grupos.
É bem verdade também que não é fácil acompanhar o que se passa na vida política. Afinal, temos uma porção de outras obrigações. Neste momento de grave crise, mais ainda.
Manter-se no emprego ou conseguir trabalho, ter o que comer, conseguir pagar as contas – enfim, são muitas obrigações que nos consomem.
Aliás, por isso mesmo temos representantes políticos: a função deles é essa, atuar naquilo em que não temos tempo, condições, de atuar.
De qualquer maneira, mesmo com a vida atribulada, é preciso dedicar um momentinho para se inteirar do que acontece na política.
Estamos às vésperas de eleições, para vários cargos importantíssimos para a tomada de decisões que afetam nossa vida. Então, é fundamental ficarmos atentos, nos informarmos, tomarmos cuidado contra mentiras, discursos de ódio, e contra falas que querem nos convencer de que a política não presta, que políticos não prestam.
Há, de fato, os que não valem nada.
A consciência política existe justamente para mudarmos esse cenário.
E você? Já decidiu em quem vai votar? Deixa aqui nos comentário se sim ou se não.
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